A Secretaria de Estado da Saúde realiza a partir desta quarta-feira (8) uma campanha de vacinação contra a meningite tipo C, uma das formas mais graves da doença. Na primeira etapa, que vai até 31 de outubro, serão vacinadas as crianças entre 1 ano e 1 ano e 11 meses. A imunização passa a fazer parte do calendário do SUS (Sistema Único de Saúde). Antes dessa medida, a vacina estava disponível na rede pública apenas para ações pontuais de controle e bloqueio de surtos de meningite provocada pelo meningococo C, causador de uma das formas mais graves de meningite bacteriana.
Segundo a Secretária de Saúde do Estado, a intenção inicial é que sejam imunizadas crianças entre 12 e 23 meses. Para essa faixa etária é necessária apenas uma dose. Em novembro, a Secretaria vai colocar a vacina à disposição também das crianças menores de um ano, que deverão tomar duas doses e uma de reforço quando completarem um ano.
Cerca de 10% das crianças vacinadas têm como reação dor no local da vacina e febre baixa – sintomas que desaparecem rapidamente.
Nesse faixa etária, a vacinação é feita em dose única. A partir de novembro, serão vacinadas as crianças menores de 1 ano – nesse caso, serão duas doses mais uma dose de reforço.
Nas crianças acima de 2 anos ainda não está prevista a vacinação.
Até o ano passado, a única vacina desse gênero disponível era a 7-valente, também encontrada em clínicas particulares, chegando a custar 200 reais cada dose. A vacina anti-pneumocócica 10-valente foi aprovada para uso em crianças brasileiras pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em junho de 2009. Um acordo de transferência de tecnologia para o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), permitiu ao Ministério da Saúde incluir a vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI), que fornece a vacina aos estados e municípios.
Para a verificação da efetividade da vacina anti-pneumocócica 10-valente, um mês após a sua aplicação a investigação vai selecionar no Hospital Infantil Albert Sabin e no Hospital São José de Doenças Infecciosas, da rede estadual, que funcionarão como hospitais-sentinela, 25 casos de doença pneumocócica invasiva, elegendo quatro controles (crianças não acometidas) para cada caso, por idade e vizinhança. Em todo o Brasil, serão identificados 250 casos e mil controles para investigação da efetividade da vacina. A pesquisa tem duração de dois anos.
O pneumococo é uma bactéria gram-positiva que tem 90 sorotipos imunologicamente distintos de importância epidemiológica mundial das doenças pneumocócicas. No Brasil, no período de 2000 a 2008, a média anual de meningite pneumocócica foi de 1.218 casos, o que representa aproximadamente 11% dos casos de meningite bacteriana registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Nesse mesmo período, a incidência média anual foi de 0,7 casos por 100 mil habitantes e a letalidade média foi de 30%.
Considerando o grupo de crianças menores de dois anos, a incidência média anual de meningite foi de 5,9 casos por 100 mil habitantes. Para os menores de um ano, a incidência média anual foi de 9,5 casos por 100 mil habitantes. A letalidade média para essas duas faixas etárias foi de 33% e 34%.
No período de 2000 a 2008, ocorreram no país 7.129.291 internações por pneumonias, sendo 45% em menores de cinco anos. O pneumococo vem se apresentando como o principal causador de infecções em recém nascidos e em crianças até dois anos de idade. É responsável por 45% das pneumonias adquiridas na comunidade. É também responsável por otites, sinusites, meningites e becteremias na infância. Responde por 17% dos casos de pneumonia em crianças nos países em desenvolvimento e por 70% dos casos de doenças invasivas em menores de dois anos.
Em 2015, depois de cinco anos da introdução da nova vacina, a previsão é sejam evitadas cerca de 45 mil internações por pneumonia por ano em todo o Brasil. Com isso, a média dessas internações por ano cairá de 54.427 para 9.185, uma redução de 83%.
Fonte: neste local e aqui
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